quarta-feira, 27 de março de 2024
terça-feira, 26 de março de 2024
Priolo ilha de S. Miguel Açores
segunda-feira, 25 de março de 2024
Musico Açoriano Nuno Bettencourt
domingo, 24 de março de 2024
Hortensia flores dos Açores
Este arbusto originário do Japão, presente em todas as ilhas dos Açores, forma com as suas sebes floridas de azul e branco um dos elementos típico da paisagem de algumas das ilhas, ao ponto desta espécie ter sido utilizada com imagem turística. Terá sido introduzida provavelmente por meados do séc.
XIX. As flores, muito atractivas e abundantes, conferem a esta espécie grande interesse ornamental. É usada ainda com a tradicional função de sebe viva, na compartimentação de terrenos.
Não admira pois que esta infestante tenha tido como um dos principais agentes da sua disseminação o Homem.
sexta-feira, 22 de março de 2024
quarta-feira, 20 de março de 2024
Casa dos Dabney ilha do Faial Açores
Oriunda dos Estados Unidos da América, a família Dabney instalou-se na Horta em 1806, quando John Bass Dabney foi nomeado Cônsul Geral dos Estados Unidos para os Açores pelo presidente americano, Thomas Jefferson.
Três membros da família Dabney, John (pai), Charles (filho) e Samuel (neto), exerceram sucessivamente o cargo ao longo do século XIX, ficando a sua presença registada na ilha do Faial através da toponímia, da arquitectura e da botânica.
John Bass Dabney especializou-se no comércio marítimo, fomentou a exportação do vinho e da laranja, adquiriu navios, armazéns e estaleiros destinados ao abastecimento e à reparação naval, dando assim origem a uma das mais poderosas casas comerciais do arquipélago dos Açores.
Com Charles Dabney, a família continuou a expandir os seus negócios, incrementando o movimento do porto da Horta, sobretudo através do abastecimento e reparação dos navios baleeiros americanos que aqui deixavam o óleo de baleia. Os Dabney exportavam-no para a Costa Leste dos Estados Unidos. Asseguravam ainda a ligação entre continente americano e os Açores e com o desenvolvimento da navegação a vapor passaram a ser os principais fornecedores de carvão dos navios que aportavam no porto da Horta.
Quando Samuel Dabney assumiu o cargo consular para dar continuidade aos interesses comerciais desenvolvidos pelo seu pai, o número de navios a ancorar no porto da Horta já tinha diminuído, pois a travessia do Atlântico era agora mais rápida em virtude da descoberta do petróleo. Por outro lado, a concorrência da casa comercial Bensaúde, a dinamização da doca de Ponta Delgada e a pressão do Governo americano, no sentido de impedir que os cônsules a tempo inteiro se dedicassem simultaneamente à actividade comercial, levaram Samuel Dabney a deixar definitivamente a ilha do Faial. Os últimos membros da família Dabney a residir na cidade da Horta partiram definitivamente para os Estados Unidos, em 1892.
Do património arquitectónico pertencente a esta família, destaca-se a Casa de Veraneio em Porto Pim, adquirida por Charles William Dabney, em 1854. Edificada na paisagem única do Monte da Guia e incluída num complexo residencial composto por uma casa com cisterna, cais e abrigo para dois botes, um miradouro e uma pequena área de vinhas que se estendia pela encosta em direção à baía de Porto Pim, possuía ainda uma adega, onde atualmente está patente uma exposição que retrata o percurso de uma família americana, originária de Boston.
terça-feira, 19 de março de 2024
José Bensaúde, fundador da Fábrica de Tabaco Micaelense
José Bensaúde nasceu em Ponta Delgada a 1835 e faleceu em 1922 foi um importante e culto industrial, administrador e lavrador açoriano de origem judaica. Foi o fundador da Fábrica de Tabaco Micaelense (FTM) uma empresa pioneira no sector da indústria tabaqueira.
Fez os seus estudos em Ponta Delgada, sendo condiscípulo de Antero Tarquínio de Quental, de quem foi sempre amigo dedicado. As circunstâncias económicas não lhe permitiram tirar um curso universitário, nem continuar a dedicar-se às letras, como começara.
De 1861 a 1863, desempenhou o cargo de Secretário da Junta Administrativa do Porto Artificial de Ponta Delgada.
Em 1866, introduziu na Ilha de São Miguel a cultura e manipulação do tabaco, propondo a alguns amigos a fundação duma Sociedade destinada à exploração industrial da planta. Assim nasceu a Fábrica de Tabaco Micaelense, a primeira fundada nos Açores. Para obter bons produtos nas circunstâncias do ambiente, teve de dedicar-se a longas e difíceis experiências, e manifestou os seus dotes de Moralista na solução que deu ao problema de operariado na fábrica.
Ocupou-se, também, durante anos, do comércio de aprestos marítimos para navegação à vela.
De 1872 a 1887, administrou a Sociedade Exportadora Micaelense, cujo principal objecto era colher, acondicionar e exportar laranjas por conta alheia. De 1873 a 1912 ocupou-se, também, da Sociedade de Cultura de Ananases. Contribuiu para o desenvolvimento da cultura do chá e da indústria da espadana.
José Bensaúde, fundador da Fábrica de Tabaco Micaelense, nos primeiros anos do século XX já era respeitado por conjugar os interesses empresariais com preocupações de cariz social e cultural. Com Vasco Bensaúde, contribuiu sobremaneira para o desenvolvimento do do Grupo Bensaude, mantiveram-se as mesmas preocupações, bem como com o seu filho Filipe Bensaude. É na continuidade dessa tradição já secular que o Grupo Bensaude procura apoiar as mais diversas iniciativas, de natureza institucional, colectiva ou individual, com a preocupação de viabilizar projectos relevantes nos domínios mais diversos, nomeadamente no âmbito cultural e científico.